Minúsculos

Eu penso que o grande barato de saber fotografar é poder ver além dos olhos. E o tipo de fotografia de que mais gosto é aquela que registra cenas sutis, disformes, oblíquas, policromáticas, monofocais.
Nem posso chamar de macrofotografia, pois não são imagens de objetos por inteiro. São partes. Únicas. O observador tem de desvendar o objeto fotografado e eu adoro a pergunta ingênua: o que é isso? Talvez a minha necessidade interior de fugir do óbvio tenha um reflexo naquilo que fotografo. Talvez ver as coisas de outra maneira, extraindo beleza das coisas mais duras ou óbvias seja um exercício diário para compreender o porquê da vida.
A minha verdade é que pela lente é possível criar novos mistérios. E mistérios são sempre mistérios. Carregam consigo o poder de nos fazer absortos diante daquilo que não conseguimos compreender de fato.
Uns gostam, outros assustam-se. E todas essas imagens são pura poesia para mim.

Imagens feitas do Museu de Arte Contemporânea de Inhotim, em Brumadinho - MG, 05 dez 2008.

























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