Primeiro dia de aula, primeiro dia de aula!!!

Hoje foi o primeiro dia de aula de minha Ju. Estou certa de que a adaptação à nova escola, à nova professora e aos novos amigos será gradativa. Isso é um processo e exige paciência e muita observação e atenção de minha parte.
Ao buscá-la, percebi que havia uma interrogação em seu rosto.
− O que foi, Ju?
− Ah, mãe, porque a gente tem de NÃO gostar das pessoas que a gente NÃO conhece?
− O que aconteceu?
Ela explicou-me que as novas colegas, numa atitude completamente normal e compreensível para uma turma com alunos de 6 aninhos, começaram a montar grupinhos e, obviamente, um grupo não pode conviver bem com o outro, pois são rivais. Não, não se assuste! Entenda que essa rivalidade refere-se apenas a situações simples, como por exemplo, à disputa pela atenção do colega, à divisão do lanche no recreio, ao time da educação física, nada mais que isso (E isso é pouco?).
Mas Julia ficou decepcionadíssima. Ela quer ser amiga de todos, quer distribuir seu amor indistintamente, que aceitar todos os colegas para que as atitudes fluam naturalmente e para que só assim ela tenha conhecimento suficiente para escolher seus verdadeiros amigos. Como ela pode não gostar de alguém que nem conhece?
É claro que me apresentei prontamente com minha experiência de mãe baseada na ética dos relacionamentos e do convívio social. E sei que isso vai ser resolvido com o tempo e que talvez Julia não esteja solitária nesse sentimento de injustiça. Tenho de ajudá-la a plantar o bem para que as outras amigas possam aprender com ela. (Quem sabe estou criando uma versão feminina de Dom Quixote... não, não estou. Vá de reto, pensamento ruim!)
Depois disso, fiquei pensando em como nós rotulamos as pessoas sem conhecê-las. Fazemos isso o tempo todo: fulano é assim, fulano é assado. Julgamos o tempo todo e não deixamos as pessoas se aproximarem de nós por simples preconceito. Logo, questiono: seria possível amar a todos indistintamente? Meu pensamento cristão diz que sim, mas meu lado racional insiste em dizer para amar só alguns poucos. Seria esse um comportamento egoísta: só distribuo o meu amor para quem é capaz de me dar alguma coisa em troca?
Vou dormir. Tenho pensado demais. Estou precisando fotografar para espairecer.
Abaixo, Julia há 3 anos, sem ainda ter nenhuma idéia de que as coisas do mundo não são um conto de fadas. Mundo vasto mundo...


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