História e memória

Férias de janeiro, domingo, Museu de Artes e Ofícios, Belo Horizonte. É impressionante o acervo desse museu que conta a história do trabalho e suas artes em solo brasileiro, nos séculos XIX e XX. Todas as galerias são maravilhosas, bem estruturadas com suporte de mídia digital e detalhes da história de cada momento do trabalho, acrescidos de sons, luzes, vídeos.

O que mais me impressionou foram as fotografias antigas. Algumas, feitas bem no início do século passado, fizeram-me pensar na importância histórica do fotógrafo. Não fossem esses registros corriqueiros de cenas cotidianas, eu, meus filhos, você, ninguém teria a exata visão de como a humanidade tem se transformado culturalmente ao longo dos anos.

Por isso, nessas épocas de fotografia digital e de pouca ou rara revelação ou impressão de imagens, profetizo que daqui a cem anos talvez nosso acervo seja bem menor que o atual, por um motivo muito simples: que softwares poderão reconhecer nossos jpegs, nefs, jpgs, etc.???? Como e onde vamos armazenar nossos megas, gigas, teras arquivos com nossos acervos? Lembram-se da fita de VHS? Lembram-se da fita K7? Lembram-se do LP?

E já sendo bem alarmista: imprimam suas fotos nem que seja na jato de tinta aí ao lado, pois nunca nos lembramos dos rostos dos nossos filhos pequenos sem consultar os bons e velhos álbuns de fotografia. As noivas serão as únicas imunes ao mal que está por vir.

Fico feliz em visitar museus e perceber que o homem deseja e se esforça para registrar sua história ao longo dos anos e que a fotografia contribui essencialmente para isso. Por enquanto, deixo aqui esse registro volátil, efêmero, que vai se perder no vasto universo digital hoje, amanhã, depois, qualquer dia. Deixo também as imagens de Daniel, meu filho, completamente boquiaberto ao ver as fontes da Praça da Estação (local onde fica o museu).

Em tempo: vou correndo imprimi-las.






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