O cliclista

Recentemente, ganhei um livro de presente: O ciclista de Walther Moreira Santos, editora Autêntica. Um livro com uma das capas mais bonitas que já vi. Eu, que trabalho com livros, já vi muitas coisas belas. Mas esse livro foi especial. Andei com ele por muitos dias, saboreando a capa, sem me preocupar em ler o conteúdo, já que o livro era meu e eu poderia fazer isso até daqui a dez anos, se eu quisesse (esse é o mais delicioso sabor do prazer da autonomia e da propriedade privada).

Acho que gostei da capa por causa da foto. Não. Acho que gostei da capa por causa do vermelho sobre a foto. Não. Acho que gostei da capa por causa de... de tudo. Não tenho de justificar nada. A beleza não tem explicações.

Li o livro.

O capricho com as palavras, as sutilezas da narrativa, a construção do enredo, os segredos contados em conta-gotas, a perfeição da voz reflexiva que nos faz fechar as páginas por um instante para pensar naquilo que leu, sem dúvidas me fizeram apaixonar por completo. Apaixonei-me. Reli o livro.

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A Internet é maravilhosa e nos possibilita comunicar e criar laços afetivo-virtuais com pessoas que nunca vimos. Já pensou se Che Guevara tivesse e-mail???? Pois bem, enviei um e-mail para o autor, Walther Moreira Santos. Um e-mail assim, discretamente, “tietando”, mas um e-mail em agradecimento (em tempos de internet, nunca se leu tanta coisa ruim, eis o paradoxo) e prometi uma foto, pois é só o que eu posso oferecer em troca. Walther gosta de flores.

Abaixo: para Walther. As lágrimas representam a minha mais positiva emoção, em agradecimento.