Um presente

Possivelmente, muitas pessoas já passaram pelo entusiasmo passageiro de fazer promessas para si mesmo que nem sempre são possíveis de serem cumpridas. Não há culpa, se o entusiasmo é inocente. Lembro-me do capítulo "O Almocreve" do livro Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, em que Brás Cubas, após ter sido salvo de um quase acidente por um pobre coitado, decide dar a ele uma moeda de ouro. Repensa. Acha o valor demais e acaba dando ao um cruzado de prata. Uma promessa não cumprida pela força da mesquinharia, mas nem sempre é assim, felizmente.

Prometemos coisas para nós mesmos sem a real noção de que não temos a mínima condição de cumpri-las: vou perder dez quilos em um mês! Nunca mais vou falar uma mentira! Vou fazer mais caridade! Não vou levar trabalho para casa! Vou dar mais atenção para as pessoas que eu amo! Vou parar de comer carne!...Promessas... feitas no auge do entusiasmo.

Neste ano, ainda não fiz nenhuma promessa. Decidi começar o ano sem nenhuma promissória para pagar e estou vivendo cada dia com a sensação de que não tenho dívidas. Por incrível que pareça, não prometer é criar condições para realizar aquilo que queremos sem nenhuma pressão ou cobrança. E estou livre de mim e para mim mesma.

As promessas internas, eu não fiz. Porém, não prometo coisas só para mim mesma e, por isso, corro para cumprir aquelas que são registradas no cartório da confiança. Este post é uma forma de pagar carinhosamente uma delas.

Abaixo: meu presente macro.

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