Sem perder a ternura

Tenho me encantado muito com pessoas de personalidade forte. Julgo que é preciso ter presença e opinião neste mundo tão "produto" para a massa. Poucos são os que resistem bravamente, que se mantêm dignos diante das vaidades, que buscam a coerência e o respeito pela diferença. A suavidade também é uma maneira de se conseguir mobilizar as pessoas, eu sei. Gandhi é um grande exemplo para a humanidade por ter feito conquistas suavemente. Mas há momentos em que é preciso parecer um gigante para não ser devorado tão facilmente.

Essas reflexões me ocorreram depois de fotografar essas orquídeas que minha mãe cultiva. Flores doces, belas, suaves, delicadas. Mas que olhando bem de perto, parecem ter uma boca enorme que impõe medo a qualquer animal desavisado. A natureza é sábia e é certo que essa semelhança com uma boca grotesca tem sua finalidade.

A orquídea precisa parecer forte para espantar os inimigos, mas não deixa de ser delicada e bela. Tenho encontrado pessoas assim ao longo de minha vida e orgulho-me por tê-las perto de mim. Amo as orquídeas. Aprendo com elas a naturalidade de que precisamos para impor respeito pelo que acreditamos e para manter distante aquilo que pode nos fazer mal.

Abaixo: hay que endurecer, pero sin perder la ternura.




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