For no one

Outro dia, alguém deixou aqui um comentário dizendo que meu blog tinha um tom despojado e descompromissado... Pensei comigo: será que estou sendo incoerente?

Bom, não é bem isso. Este blog é um caderno de memórias para eu mesma ler. Gosto de ler o que escrevo porque recordo não só as palavras, mas o sentimento que havia por trás de todas elas. Tenho vários cadernos em que escrevia poemas ou pensamentos ou rabiscos e guardo todos eles. Fazem parte de mim e são a minha história. Uma pena que aqui não posso usar minha letra de verdade. A letra da gente amadurece com a gente. Fica mais firme com o passar dos anos. Escrevo com a minha letra firme, que antigamente tinha mais adornos e era mais rebuscada. Hoje, a minha letra assina com a força dos meus pensamentos e da minha personalidade. Não há adornos, nem linhas desnecessárias. Não copio a letra de ninguém, mas em minha letra está a letra de todo mundo que passou pela minha vida.

Eu - que já quis conquistar alguém enviando bilhetinhos com a letra mais bonita do mundo e com o capricho que só os corações ingênuos sabem ter - jogo agora as minhas palavras no mundo, para que os desconhecidos ( e são muitos) tentem desvendar os mistérios que nem eu mesma desvendei até hoje. O meu texto, o meu blog, as minhas fotos não mais me pertencem.

Abaixo: abusando da incoerência entre texto e imagem: meus filhos Daniel e Júlia.

Ao som de: For no one by The Beatles.










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